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sexta-feira, 14 de março de 2014

Revolta!

Hoje tenho vergonha de ter nascido um ser-humano. Preferia ter nascido, sei lá, da espécie dos macacos. Acho que se fossem eles que estivessem a governar o país e o mundo, haveria um bocadinho mais de bom-senso nas tomadas de decisão. Não acho que este seja um problema do governo, de partidos ou do país. Este é um problema do ser-humano. Ou melhor, de alguns seres-humanos que quando expressam a sua opinião em relação a alguns assuntos deveriam ser identificados como energúmenos e postos numa jaula sem direito a comunicações com o exterior. O que me faz confusão é o facto de pessoas assim ocuparem cargos de poder no nosso país e tomarem decisões com esta amplitude e com estas consequências. Os 112 deputados que votaram contra o projecto de lei que permitiria a coadoção por casais do mesmo sexo, nem sequer deveriam ter direito a identidade enquanto pessoa, quanto mais estar no centro da decisão política do país. 
Há uns tempos estava na missa (algo que já há muito que faço mais por 'obrigações' pontuais do que por gosto) e o padre começou com um discurso de que casais divorciados ou homossexuais com filhos, sejam legítimos ou adotados, não são considerados famílias aos olhos de Deus. Naquele momento, subiu-me a bílis à boca. O que ele disse enojou-me! Quando estava a contar isto lá em casa, pergunta-me a minha prima de 14 anos: "Então eu e a minha mãe não somos uma família?". A mãe dela é divorciada e o pai dela vive na Inglaterra. Portanto, pela lógica do Sr.Padre (e pela mesma lógica que se devem guiar estes deputados), a minha prima não pertence a uma família. Ora, na minha opinião, a família delas as duas é das mais bonitas que existem. Pela forma como se amam, como se cuidam e como se respeitam mutuamente. Tal como tenho a certeza, que quando a coadoção for aprovada (porque tenho esperança que num futuro não muito longínquo, os macacos venham governar o país e tomem decisões mais acertadas), vão nascer famílias lindíssimas, com pais do mesmo sexo que se amam, cuidam e respeitam. Também poderá acontecer o contrário. Mas isso, vai sempre acontecer. Antes o chumbo do projecto de lei a favor da coadoção viesse acabar com os abusos e os problemas familiares. Aí, até eu votava contra! 

L.



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