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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Pequenos pormenores


Amanhã há greve no metro de Lisboa. Entre as 6h30 e as 10h30 da manhã, os serviços do metro estão encerrados. Nós já arranjámos alternativa. De autocarro não, que da última vez em que me aventurei a andar de autocarro em dia de greve, ia-me dando o abafo. De qualquer forma, traz transtornos. Ultimamente, tem havido tantas greves que algumas até me passam ao lado. Porque nem todas me afectam. Esta mexe comigo. Não é grave, são só quatro horas, mas já altera a minha recente rotina diária. No outro dia, uma amiga minha lembrou-se, a propósito de uma reportagem que tínhamos de fazer, de abordar o tema dos profissionais que nos fazem tanta falta no dia-a-dia, mas que em situações normais nem nos lembramos deles. E eu pus-me a pensar! Acho que os que estão relacionados com a manutenção da limpeza são os mais essenciais. Basta lembrar o caos que foi em Lisboa quando não recolheram o lixo durante dias. Ou então imaginar a a zona da restauração de um shopping sem aquelas senhoras constantemente a recolher os tabuleiros. Oh, espera! E se todos os padeiros do país resolvessem fazer greve no mesmo dia? É que eu não passo sem o meu pãozinho com manteiga logo pela manhã. E os pescadores? Um dia não era grave, mas e se fossem dois, ou três ou quatro? Em última instância, até o meu querido sushi seria afectado. São situações hipotéticas e levadas ao limite, claro. Mas põe-nos a pensar. Já para não falar nos enfermeiros, nos médicos. E os coveiros... Não quero imaginar uma Lisboa repleta de dead bodies em cada esquina... Isto tudo para dizer que, como em muitas coisas da vida, também nas profissões devemos, de vez em quando, parar para pensar nos pequenos pormenores. Pequenas coisas que faltam na vida, tornam-se as grandes incompletas, já diziam os Xutos. 

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