Amanhã há greve no metro de
Lisboa. Entre as 6h30 e as 10h30 da manhã, os serviços do metro estão
encerrados. Nós já arranjámos alternativa. De autocarro não, que da última vez
em que me aventurei a andar de autocarro em dia de greve, ia-me dando o abafo.
De qualquer forma, traz transtornos. Ultimamente, tem havido tantas greves que
algumas até me passam ao lado. Porque nem todas me afectam. Esta mexe comigo.
Não é grave, são só quatro horas, mas já altera a minha recente rotina diária.
No outro dia, uma amiga minha lembrou-se, a propósito de uma reportagem que
tínhamos de fazer, de abordar o tema dos profissionais que nos fazem tanta
falta no dia-a-dia, mas que em situações normais nem nos lembramos deles. E eu
pus-me a pensar! Acho que os que estão relacionados com a manutenção da limpeza
são os mais essenciais. Basta lembrar o caos que foi em Lisboa quando não
recolheram o lixo durante dias. Ou então imaginar a a zona da restauração de um
shopping sem aquelas senhoras constantemente a recolher os tabuleiros. Oh,
espera! E se todos os padeiros do país resolvessem fazer greve no mesmo dia? É
que eu não passo sem o meu pãozinho com manteiga logo pela manhã. E os
pescadores? Um dia não era grave, mas e se fossem dois, ou três ou quatro? Em
última instância, até o meu querido sushi seria afectado. São situações hipotéticas
e levadas ao limite, claro. Mas põe-nos a pensar. Já para não falar nos
enfermeiros, nos médicos. E os coveiros... Não quero imaginar uma Lisboa
repleta de dead bodies em cada esquina... Isto tudo para dizer
que, como em muitas coisas da vida, também nas profissões devemos, de vez em
quando, parar para pensar nos pequenos pormenores. Pequenas coisas que faltam
na vida, tornam-se as grandes incompletas, já diziam os Xutos.
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