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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Pecado, mas pouco...

Há dias em que me ponho a pensar naquilo que é tão próprio de mim, mas que eu gostaria que fosse bastante menos. Ser preguiçosa! Podia ser uma dessas características que eu gostaria de ver alteradas. Já que peco pela gula, “comer só pelo prazer”, não haveria mal se sentisse um bocadinho de “aversão ao trabalho, frequentemente associada ao ócio e à vadiagem”. Mas a verdade é que quando olho à minha volta, percebo que não é pela preguiça que hei-de passar uns bons tempos no inferno, depois de uma breve passagem pelo purgatório. Ora, eu conheço uma pessoa que, em pequena, não lavava os dentes com a frequência que se desejaria porque tinha preguiça. E outra que não sai da cama, todos os dias, antes das três da tarde porque lhe dá a preguiça. Na minha pequena lista de pessoas preguiçosas com as quais convivo quase diariamente consta ainda uma que, mais depressa fuma um cigarro do que faz uma tosta mista quando tem fome. Tudo por causa da preguiça. Portanto, e vendo bem, quando se fala em preguiça, eu até posso ser pecadora, mas pouco. O grande problema está na força de vontade. Na determinação, na persistência. É que há coisas em que não sou (mesmo!) capaz. Num dia, decido que é desta que vou fazer dieta, compro tudo o que é light, risco tudo o que é hidratos de carbono da minha lista de compras e abasteço a despensa de garrafas água, que um litro e meio por dia é essencial. No máximo, aguentei duas semanas. Depois, tive uma quebra de tensão no shopping (a desculpa ideal para ir logo morfar uma dose de batatas fritas). Outras vezes, é o exercício físico. Inscrevo-me no ginásio (quando não tenho dinheiro, decido-me pelas corridas de fones nos ouvidos), compro umas sapatilhas novas e encho o armário de roupas desportivas. Um mês foi o meu limite! Muitas outras vezes, é com a roupa. Resolvo, intimamente (que eu não gosto cá de admitir que falhei), que não vou comprar mais roupa. Estabeleço uma meta, um limite. Nunca cumpro!
Gostava de ser mais como aquelas pessoas decididas que desconhecem o ditado popular “nunca digas nunca”, porque quando dizem nunca é mesmo para não acontecer jamais, em tempo algum, sob qualquer forma que seja possível e imaginária.

Não sei se ainda vou a tempo de tornar isto uma resolução de ano novo, mas se o natal é quando um homem quiser, o ano novo pode ser quando uma mulher assim o entender. Da próxima vez que tomar uma decisão, assim destas difíceis, partilho-a com vocês! É que o julgamento em público tem muito mais que se lhe diga do que o purgatório (pelo menos para mim que não acredito nessas coisas!).

Laura

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