Depois de terminar a Universidade, trabalhei durante um ano e também aqui o meu coração voltou a fazer das suas. Quando deixei o trabalho, não foi o posto que me custou mais largar, mas as minhas pessoas, que hão-de ser sempre as minhas, independentemente da ocupação profissional que ocupe.
E, aqui, porque me custou tanto afastar-me, decidi que não precisava de mais amigos. Desta vez, foi mesmo uma decisão.
Fui tão inocente ao pensar que podemos mandar no coração, da mesma forma que ele manda em nós. Fui para Lisboa a sentir-me tão sozinha. E, agora, de cada vez que venho ao Porto parte-se-me o coração de saudades. É verdade, ando sempre com saudades de alguém!
Não conto os meus amigos pelos dedos, mas sei-os a todos de cor. E, agora, vivo de coração aberto. Nunca sabemos o que a vida nos reserva, nem as surpresas que se nos atravessam no caminho quando menos esperamos. Talvez seja eu que ame com mais facilidade do que o aquilo que é suposto, ou talvez fosse eu que não visse com a clareza que era suposto ver. Mas gosto de ser assim, de ganhar amizades que do nada, acabam a ser tudo!
L.
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