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quinta-feira, 6 de março de 2014

Amizades

Quando entrei na Universidade há seis anos atrás (xiça, já foi há tanto tempo!) tive alguma reticência em aderir à praxe. Não vou falar aqui sobre os moldes em que se pratica a praxe, porque isso fica para quem a viveu e nem gosto de entrar nesse tipo de discussões. Fiquei de pé atrás porque achei que não precisava de me integrar em lado nenhum. Eu nasci, vivi e cresci na Senhora da Hora, no Porto e fiz as minhas amizades (as que hoje ainda guardo) aqui, na minha terra do coração. Achava eu, não tinha necessidade de mais nenhuma. Tinha o coração cheio! Enganava-me, pois. Foi na Universidade que encontrei a minha melhor amiga, cuja família me trata como uma deles, e de quem vou poder matar todas as saudades este fim-de-semana. Foi também na Universidade que fiz amizades, que tenho a certeza vou guardar para a vida. Juntei-as às outras, àquelas de anos, anos e anos, que sempre tão feliz me fizeram. Mas percebi que no meu coração ainda havia espaço para mais umas quantas ligações que a vida não escolheu, mas nós fazemos questão de escolher por ela. 
Depois de terminar a Universidade, trabalhei durante um ano e também aqui o meu coração voltou a fazer das suas. Quando deixei o trabalho, não foi o posto que me custou mais largar, mas as minhas pessoas, que hão-de ser sempre as minhas, independentemente da ocupação profissional que ocupe. 
E, aqui, porque me custou tanto afastar-me, decidi que não precisava de mais amigos. Desta vez, foi mesmo uma decisão. 
Fui tão inocente ao pensar que podemos mandar no coração, da mesma forma que ele manda em nós. Fui para Lisboa a sentir-me tão sozinha. E, agora, de cada vez que venho ao Porto parte-se-me o coração de saudades. É verdade, ando sempre com saudades de alguém! 
Não conto os meus amigos pelos dedos, mas sei-os a todos de cor. E, agora, vivo de coração aberto. Nunca sabemos o que a vida nos reserva, nem as surpresas que se nos atravessam no caminho quando menos esperamos. Talvez seja eu que ame com mais facilidade do que o aquilo que é suposto, ou talvez fosse eu que não visse com a clareza que era suposto ver. Mas gosto de ser assim, de ganhar amizades que do nada, acabam a ser tudo!



L.

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