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sábado, 10 de maio de 2014

No blog as duas #1

É também de personalidades fortes e feitios distintos que se faz este blog. Duas malas que sendo tão parecidas e com tanto em comum, têm quase sempre uma opinião demasiado própria para ser repetida. E é assim que nasce esta nova rubrica: 

Em um dia qualquer, às duas da tarde ou às duas da manhã, duas visões sobre um mesmo tema que esteja de alguma forma a marcar a actualidade. E não vamos falar sobre isso antes. Vamos publicar os textos sem revisões ou alterações. E, assim, vão ver vocês, ao mesmo tempo que nós, em que é que concordamos ou, por outro lado, batemos mesmo de frente uma com a outra. Já sabem, às duas da tarde ou às duas da manhã, que é para ser em primeira mão!

Rising Star

Já há muito tempo que as noites de Domingo é que fazem ganhar uma estação. São as noites de ver televisão em família, sejam os programas muito ou pouco familiares.E nisso a TVI tem sido exímia nos últimos anos. Apostam num reality-show ao Domingo à noite e não há quem lhes tire a liderança. Mas e depois dos reality-shows? De janeiro a setembro, o que anda a TVI a fazer? Muito pouco nos últimos tempos. Eu nem sou de olhar a números, mas sei que a SIC e a TVI andaram sempre taco a taco na luta pelas audiências domingueiras e quando a TVI ganhou não foi por ser melhor, mas porque a SIC não esteve à altura. E eis que, de repente, sem ninguém contar, com dois apresentadores que nem são o forte da estação, veio um programa que conquista a liderança do Domingo à noite: Rising Star. E desta vez, a concorrência é forte. Finalmente, a RTP aposta num programa com qualidade e com jurados à medida do que o povo gosta. A SIC tem a melhor opção na programação (para mim, claro), mas já está a ficar gasta. E a TVI apresenta um programa com um formato “nunca antes visto em Portugal”. Acredito que aquilo da aplicação parasmartphones tenha dado um trabalhão, mas as pessoas sempre puderam votar em quem mais gostavam, só não apareciam ali as carinhas naquele ecrã gigante, mas adiante... Para mim, a vitória do Rising Star (1,4 milhões de pessoas a ver o programa) deve-se, mais do que à voz portentosa da Irina Furtado ou à história comovente de vida do Mickael Salgado, à coragem de todos que sobem aquele palco e que não sabem se, perante uma imensa plateia, em directo para milhares de pessoas vão conseguir chegar aos 70% para passar à próxima fase. Esta vitória deve-se à capacidade de miúdos de 18 ou adultos de 30 de se exporem, sem medos, em busca de um sonho e aceitar as críticas e o escrutínio nacional ali e na hora. É isto que move o espectador. Ok, a novidade da aplicação também pode cativar uns quantos. E o nosso querido Pedro Teixeira, de certeza absoluta, que também tem culpa no cartório. Mas é esta vertente humana (e a TVI é tão especialista em trazer a vertente humana ao de cima) que prende mais de 1 milhão de pessoas à televisão num domingo à noite. Vamos ver até quando dura e o que é que a SIC nos vai trazer de novo. Isto das televisões é como em tudo, que haja concorrência para vir sempre algo mais “barato” e com mais qualidade. Nós, enquanto espectadores, sentamos, assistimos e comentamos. É para isso que servimos, não?

L. 


Estrela cadente

Não vale a pena repetir números. Chega dizer que o novo programa da TVI bateu toda a concorrência. As primeiras duas razões para isso ter acontecido já estão ditas: passa na TVI e é novo. Mas, quanto a mim, deixou muito a desejar. Vários fatores conjugados, uns bons outro nem por isso, levaram a um balanço não tão estrelado como seria de esperar.
Tivemos uma Leonor Poeiras eufórica porque teve (finalmente) a sua oportunidade neste horário a cumprir a sua função. Um Pedro Teixeira visivelmente nervoso, sem a noção do que é o microfone, a falar aos berros e a não colocá-lo em frente aos entrevistados. Ainda assim melhor do que a sua  amada quando,tal como ele, tentou apresentar um programa em direto. Desculpa, ex amada (esta separação ainda mexe comigo). Adiante. 
O formato é interessante e puxa por uma interatividade que já fazia falta à televisão nos dias de hoje. Mas a conversa do "é agora que pode votar, descarregue a aplicação e blablabla" cada vez que há um novo concorrente também cansa. Dá vontade de dizer "eu já percebi!"
O painel de jurados não é mau, com a Rita Guerra a querer instalar a paz e a dar luz verde a quase tudo. 
Os concorrentes foram, para mim, a maior desilusão. Nenhum brilhante, quase tudo a roçar o mediano. A maior parte deles não virava cadeira nenhuma no programa vizinho. Que não ganhou em audiências, mas é bem melhor.
Em suma, a ideia é boa, mas ainda com muito para melhorar. O sucesso inicial e com tanta expectativa criada nunca me pareceu difícil de alcançar. Difícil vai ser mantê-lo. Quem, como eu, é fã deste tipo de formatos (academia de estrelas e operação triunfo já faziam os meus domingos há uns anos), pode sempre optar pela maravilha das gravações e ver os dois. Esperem, no Rising Star é preciso estar a ver em direto para descarregarem a app e votarem e..ok, já toda gente sabe como se faz.
A ver vamos se esta estrela não vira cadente e põe a Leonor e o Pedrinho a pedir desejos. Eu cá, continuo a preferir o outro, mesmo com o Anselmo Ralph e o pequeno Carreira. Agora pensem.

S.





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