Quando estamos lá para
Norte, onde tudo tem mais encanto, não conseguimos dizer bem de qualquer coisa
que esteja abaixo do Mondego. Passar Coimbra é quase como dobrar o Cabo das Tormentas e chegar a Lisboa é dar de caras com o Adamastor. Depois, quando deixamos de
ser apenas turistas e fazemos da capital a nossa segunda casa, começamos a perceber
que isto até pode bem vir a ser uma boa esperança. Hoje fui passear um
bocadinho, comecei pelo Cais do Sodré, andei ali pela Bica e acabei no Chiado
(acabo sempre no Chiado porque é, sem dúvida, o sítio que mais gosto em Lisboa.
Ainda conheço pouco, mas acho que nada me vai fazer mudar de ideias). E ao
caminhar, sozinha mas feliz, senti que Lisboa também já é um bocadinho minha.
Nunca nenhuma cidade me vai encher o coração como o meu Porto: a pronúncia, o
clima, os carrinhos do Sr. de Matosinhos, a comida, as praias, as castanhas em
Santa Catarina, as tunas em Santa Catarina, as compras em Santa Catarina, as
noites da queima, as manhãs após a queima, as pessoas, sobretudo, as pessoas. E
é aqui que me apercebo que este post que tinha como primeiro objectivo elogiar
a capital acabou por me fazer sentir cheia de saudades de casa e com vontade de
apanhar já o próximo comboio rumo à Invicta.
Mas saudades postas de lado, nunca me poderei sentir parte de uma cidade que não me viu nascer nem
crescer, uma cidade que não acompanhou os melhores anos da minha vida (esperemos que outros tão bons estejam para vir), mas posso fazer desta cidade parte de mim. Assim, não custa tanto.
Laura
Laura
Eu, toda uma forever alone, a passear sozinha por Lisboa |
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