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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O melhor amigo do Homem

Lá em casa, ou melhor, lá nas minhas casas há uma adoração especial pelos cães. Se calhar, está-nos no sangue (ou talvez não, porque a minha outra família, aquela que eu escolhi com o coração, também sofre deste mal). Ora vejam:

A avó

Quando questionam a avó Clementina sobre qual é o seu neto preferido, ela responde que em primeiro lugar está o Mozart. Ora, até aqui tudo bem, não fosse o Mozart o nosso adorado cão labrador. Ainda assim, é usual ouvir a avó Clementina queixar-se do seu neto preferido: que lhe dá muito trabalho, muita despesa, muita preocupação. Mas não vive sem ele. Nem ele sem ela. Não sei se isto é cientificamente possível, mas o Mozart com o passar dos anos, até está a ficar parecido fisicamente com ela. Têm as mesmas expressões. Quem os conhece, sabe do que falo.

O pai

O pai Zeferino é o responsável por ter trazido o Mozart lá para casa. Os dois juntos, o cão e o pai, são tipo aqueles amigos que não se podem juntar porque só fazem asneiras. Ainda assim, também não podem viver um sem o outro. Mesmo não convivendo todos os dias, têm de se encontrar de lés a lés para matar as saudades, tal como numa verdadeira amizade de longa data.

O irmão

Quando era pequenino, o irmão João, dizia: ‘quando for grande quero ser cão’. Sim, perceberam bem, o meu irmão queria ser cão quando crescesse. Há crianças que querem ser médicos, astronautas, cantores, sei lá. Ele queria ser cão. Hoje não é cão, mas é o ídolo de um. Basta dizer-se o nome ‘João’ e o Mozart fica fora de si. Resulta da mesma forma que dizer o nome Bieber junto de uma miúda de 15 anos. Mesmo quando a minha avó esteve fora durante um mês e era eu que o alimentava diariamente (ao cão claro), ele nunca se mostrou demasiado efusivo com a minha presença. Ao contrário do que acontecia sempre que o meu irmão aparecia. Ainda dizem que os cães gostam é de quem lhes dá de comer. Com o Mozart está provado que não é assim. Já com outros cães, a teoria comprova-se... (Só a acrescentar que ainda bem que o meu irmão arranjou uma namorada que o compreende e que também nutre esta paixão pelos cães, não fosse ele ter problemas conjugais à custa dos bichos)

A mãe

Nunca pudemos ter cães na nossa casa (optámos por ter na minha avó!), porque a mãe Georgina nunca deixou. Mas ela que não saiba que algum cão passa por necessidades. Acho que metade dos cães na aldeia de Carrazedo sabem o nome dela. Porque é um nome fora do comum (facto!), mas porque a minha mãe faz questão de os alimentar sempre que lá está. E pronto, aqui está comprovada a tal teoria. Mas neste caso, percebe-se, cães que não têm afecto de ninguém, gostam de quem os alimenta. 

A prima

A prima Salomé tem uma adoração por cães e por todo e qualquer tipo de bicho. Bem, não lhe chamaria adoração, mas respeito. No outro dia, apareceram duas lesmas na cozinha do anexo. Bicho nojento, pirei-me a sete pés. Ela fez questão de salvaguardar a integridade das lesmas. Tudo bem que teve de ser a avó a salvá-las, mas foi ela que coordenou toda a operação. E isso também é importante. Acho engraçado a preocupação que ela tem com os sentimentos dos cães. O meu namorado tem um dálmata (já lá vamos!) que a prima Salomé adora. Mas sempre que ela está com o dálmata, chega a casa e dá o dobro da atenção ao Mozart. Que é para ele não sentir ciúmes. Ela nunca me o disse, mas eu, que tenho a mania de saber sempre tudo, sei.

A madrinha

Não há um dia em que eu vá ao facebook e não veja a madrinha Helena a partilhar uma fotografia, uma página, um apelo que envolva um cão. Ou porque está perdido, magoado, porque precisa de um lar, ou porque é importante relembrar que os animais, tal como as pessoas, têm direitos. Também ela já teve um cão, em tempos, o Goya. Outro, que era tratado como se de uma pessoa se tratasse. Tal e qual.

O namorado e a futura sogra

Na casa do meu namorado, vivem três pessoas. Ele, Ricardo, a minha futura sogra, Angelina e o Bóris. Com este último nome, percebemos que ou se trata de um russo que foi lá parar sabe-se lá como ou de um cão. O Bóris é o cão que eu conheço menos cão de todos. Ele deita-se na cama como se fosse uma pessoa, vê televisão como se fosse uma pessoa, posa para as fotografias como se fosse uma pessoa e é mais mimado que 90% das pessoas que eu conheço. Portanto, é normal que naquela casa seja tratado como uma pessoa. Este verão, passei uma semana no Algarve com o meu namorado e eu, que mais uma vez sou aquela que tudo sabe, sei que a pessoa de quem ele teve mais saudades foi o Bóris. 


A futura cunhada e o futuro cunhado

E por falar em saudades... A minha futura cunhada Tânia e o meu futuro cunhado André costumam passar  férias em Ofir. No verão passado foram até lá passar uns dias. Ficaram cheios de saudades das crianças. Não que os meus cunhados já tenham filhos, mas têm duas cadelas que tratam como tal: a Zara, uma chow-chow que tem tanto de linda como de independente e a Petra, uma dálmata que tem tanto de linda como de mimada. Nisto sai ao irmão Bóris. 


Eu acho que é fácil entender este amor pelos cães. São fieis, companheiros e gratos quando nem deviam ter que o ser. O facto de um cão estar num lar onde é amado e respeitado não devia ser sinal de sorte, devia ser a regra. Por isso, sinto muito orgulho em pertencer a esta família que trata os animais como mais um de nós. Não podia ser de outra maneira, está-nos no sangue. Ou melhor, está-nos no coração.

Sei que hoje me alonguei bem mais do que o costume, mas deixo ainda umas fotografias dos verdadeiros protagonistas deste post:


Mozart
Bóris
Petra
Zara (ainda bebé porque não tenho nenhuma fotografia dela actual)








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