Sobre o "Her"... Diziam que era um filme
incompreendido pelos Óscares. Eu acho que é um filme incompreensível. Porque eu ainda tenho esperança na Humanidade. E, mesmo, com toda esta invasão
tecnológica, somos ainda a excepção. Somos ainda os que agem com base nos
afectos. Os que precisam de um abraço para consolar uma tristeza, de um aperto
de mão para selar acordos e de um beijo que nos acelere o coração e nos encolha o
estômago. Talvez este post faça mais
sentido para quem viu o filme, mas basicamente a personagem principal da
história, o Theodore, depois de um desgosto amoroso, apaixona-se pelo Sistema
Operativo criado com inteligência artificial, mas que não passa disso mesmo, um
Sistema Operativo. O resto da história fica para quem o viu o filme ou deseja
vê-lo, que se há coisas que eu não gosto é que me contem o fim, mas o essencial
é isto. E é assustador, no mínimo. Impensável, para mim. O que me chocou depois
de ter visto o filme e ter falado com algumas pessoas sobre o mesmo é que
existem algumas que acham que realmente caminhamos para essa realidade. Pior,
defendem que isto pode um dia vir a ser normal.
Eu até posso ser da geração que nunca escreveu uma
carta de amor (mentira que as escrevi a magotes) ou que manda um SMS em vez de
dizer olhos nos olhos. Mas serei sempre da geração que precisa de estar, de
sentir e de ver. Talvez não fosse capaz de viver sem máquinas. Mas, de certeza
absoluta, não era capaz de viver sem pessoas.
Theodore numa conversa romântica com o Sistema Operativo |
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